Campanha do IBMR auxilia mulheres e adolescentes que não têm condições de arcar com o protetor
 

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Campanha do IBMR auxilia mulheres e adolescentes que não têm condições de arcar com o protetor

8 / Março / 2023

Estudantes do curso de enfermagem do Centro Universitário IBMR, junto à disciplina de Saúde da Mulher, lançam a Campanha de Conscientização sobre a Pobreza Menstrual. O objetivo da iniciativa é arrecadar absorventes para mulheres que não têm condições de custear o item de higiene pessoal, uma vez que a garantia de cuidados básicos durante o período menstrual ainda é uma difícil realidade para muitas jovens e mulheres em situação de vulnerabilidade social.

De acordo com a enfermeira e professora do IBMR, Viviane de Melo Souza, o tema é de grande relevância, uma vez que a pobreza menstrual afeta, também, a saúde mental de mulheres e adolescentes. “A falta de condições básicas para o período afeta muito o psicológico e contribui com o aumento da desigualdade entre homens e mulheres. Além disso, a precariedade menstrual faz com que meninas faltem as aulas ou ao trabalho, prejudicando seu desempenho escolar, profissional e até pessoal, se inferiorizando diante deste contexto fisiológico”, explica.

Os absorventes podem ser doados até o próximo sábado, 11 de março, nas três unidades da instituição: Barra (Avenida das Américas, 2603), Botafogo (Praia de Botafogo, 158) e Catete (Rua Corrêa Dutra, 133). Todo o material arrecadado será doado ao Quilombo Cafundá Astrogilda e comunidade do entorno.

 

Retrato da pobreza menstrual no Brasil

O relatório “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdades e violações de direitos”, publicado em 2021, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), evidencia a urgência em políticas públicas de saúde para zelar pela dignidade humana de meninas e mulheres que sofrem cotidianamente com a escassez de produtos de higiene. O estudo aponta que cerca de 713 mil meninas e adolescentes brasileiras (de 10 a 19 anos) vivem sem acesso a banheiros, 900 mil não têm acesso à água canalizada e 6,5 milhões não possuem redes de esgoto em casa. Quando o assunto é infraestrutura escolar, 321 mil alunas estudam em estabelecimentos com banheiros sem condições de uso. Mais de 4 milhões de meninas não possuem à sua disposição algum requisito mínimo de higiene, como papel, água ou sabão.

A menstruação é um processo natural do ciclo reprodutivo feminino, começando na puberdade, em média, aos 13 anos, e encerrando por volta dos 50. Quando não há o acesso adequado a produtos de higiene, muitas mulheres improvisam permanecendo com o mesmo absorvente por muitas horas ou utilizando outros materiais, resultando em problemas que variam desde alergia e candidíase até a Síndrome do Choque Tóxico, potencialmente fatal.